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O ano da transformação

Nunca antes em sua história a Unimed-Rio viveu um período tão intenso no cenário político. O ano de 2016, simbólico pelo fato de marcar a comemoração dos 45 anos da empresa, ficou marcado pelo acirramento das disputas entre os grupos políticos formados por médicos cooperados e por um acontecimento inédito na trajetória da cooperativa: a destituição da diretoria que comandava a empresa há quase duas décadas.

O exercício já teve início conturbado, com a recomendação da revisão completa dos balanços econômico-financeiros por parte da ANS, em função de divergências entre a forma como a cooperativa contabilizava seus custos e a que a Agência preconizava. Historicamente, a Unimed-Rio sempre considerou o lançamento dos custos no momento em que eles eram pagos, enquanto a norma técnica indicava a contabilização no momento do aviso do custo. Com a renovação do regime de Direção Fiscal por mais um ano em março, a Agência fez essa determinação, que provocou uma mudança expressiva nos números dos anos anteriores. O resultado de 2014, que era R$ 198,7 milhões negativos, passou para R$ 578,1 milhões negativos após reclassificação dos custos assistenciais, e o de 2015 foi de R$ 353,7 milhões positivos, em razão da utilização do imposto de renda diferido.

A republicação do balanço de 2014 e a publicação de 2015 foram feitas em 23 de maio, mesma data da realização de duas assembleias para referendar as contas com os sócios. Na ocasião, primeiro era necessário validar os números de 2014 para só então deliberar sobre 2015. No entanto, logo na primeira assembleia os sócios reprovaram as demonstrações financeiras por falta de transparência e tempo prévio para conhecer os números e os dois balanços continuaram com aprovações pendentes.

A dificuldade para validação das demonstrações financeiras refletia o sentimento da grande maioria dos cooperados, que deixaram de confiar na gestão vigente em função dos resultados negativos, das dificuldades operacionais da cooperativa e da falta de diálogo e transparência com os sócios. Todo esse contexto fortaleceu o movimento político de oposição, que realizou uma assembleia geral extraordinária em 28 de julho com o objetivo de destituir a diretoria. Com aclamação de ampla maioria dos presentes, chegava ao fim a gestão Celso Barros, iniciada em 1998. A mesma assembleia elegeu um Conselho Provisório para convocar eleições para recomposição dos Conselhos e da diretoria e para garantir a continuidade do negócio durante esse período. Pouco menos de um mês depois, em 23 de agosto, foi realizada outra assembleia que escolheu a chapa Juntos Somos +, liderada pelo ortopedista Romeu Scofano, para comandar a cooperativa pelos próximos quatro anos.

A Chapa 1 (Juntos Somos +) foi a vencedora da eleição de 23 de agosto com 1.339 votos (64,22%), enquanto a Chapa 2 (2ª Opinião) obteve 742 votos (35,59%). Houve 4 votos nulos e nenhum em branco.

Diretoria Executiva
  • ANTONIO ROMEU SCOFANO JÚNIOR

    Presidente

  • DENISE DE ABREU DURÃO

    Diretora Médica e Vice-Presidente

  • KATIA DAVY BELLO

    Diretora Administrativa

  • WILLIAM FERREIRA REBOUÇAS GALVÃO

    Diretor Financeiro

  • CARLOS JOSÉ BICHARA JUNIOR

    Diretor de Mercado

A nova gestão assumiu em meio ao cenário mais tumultuado possível e tomou como medida inicial a contratação de uma auditoria externa sem qualquer vínculo anterior com a empresa para avaliar a viabilidade econômico-financeira da organização e, em seguida, realizar uma nova auditoria nas contas de 2014 e 2015. Logo no primeiro mês, a nova diretoria manteve contato direto com a ANS e com o Ministério Público, que estava preocupado com possíveis implicações para a sociedade caso a Unimed-Rio tivesse sua liquidação decretada. Os dois órgãos públicos foram taxativos de que a primeira resposta esperada era a participação do sócio no processo de recuperação. Com esse objetivo, e para tentar reequilibrar a situação financeira, foi realizada nova assembleia extraordinária em 27 de setembro com a presença de 2.340 cooperados em que a diretoria apresentou propostas para contribuição dos sócios. Diante de diversas alternativas apresentadas, a assembleia validou a manutenção do desconto de 30% da produção médica por conta da IN 20 (um ressarcimento dos sócios à cooperativa em função de questões tributárias pagas previamente pela empresa em nome dos médicos), sem qualquer incremento.

O desfecho dessa assembleia gerou consequências de duas naturezas distintas: a primeira delas foi a manifestação espontânea de diversos médicos em defesa da continuidade da cooperativa, no sentido de contribuir para a recuperação da empresa, mesmo sem a aprovação da assembleia. Surgiu daí o Programa Voluntário, em que 526 cooperados foram à sede da cooperativa e oficializaram destinações financeiras. Foram arrecadados cerca de R$ 19 milhões em quase três meses de ação. Diante do comprometimento de boa parte dos médicos, os colaboradores também se mobilizaram e realizaram um abraço simbólico à sede da cooperativa, demonstrando compromisso com as atividades da empresa e total crença em sua recuperação. A segunda consequência foi política. Três dias depois da AGE, em 3/10, a ANS emitiu comunicado recomendando a alienação voluntária da carteira da Unimed-Rio. Em outras palavras, a agência estava recomendando que a cooperativa colocasse sua carteira de clientes à venda no mercado. Caso isso acontecesse, seria o passo inicial para o encerramento das operações da cooperativa. Uma vez que foi eleita para recuperar a Unimed-Rio, a nova diretoria seguiu com um plano de ações para viabilizar a retomada.

O dia 20 foi uma data marcante no mês de outubro, pois foi a data de realização de nova assembleia, desta vez para eleger o Conselho Fiscal. Em abril, já havia sido realizada eleição com esse fim e a chapa eleita – formada por um dos grupos de oposição à época, renunciou ao cargo para concorrer às eleições que escolheriam a nova diretoria, após a destituição da anterior. Assim, o Conselho Fiscal ficou vago de julho a outubro. Durante a realização desta AGE, a ANS anunciou a instalação do regime de Direção Técnica na Unimed-Rio, somando-se ao de Direção Fiscal. Se este é um acompanhamento mais próximo por parte da Agência das questões econômico-financeiras, a Direção Técnica segue a mesma linha para as atividades assistenciais da operadora.

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No final daquele mês, a Unimed-Rio anunciou uma parceria com o Banco Santander, que passou a ser o assessor financeiro da cooperativa para avaliar, prospectar e encaminhar negociações envolvendo os ativos da empresa. Essa parceria foi bem vista pelo mercado e pelos órgãos públicos, uma vez que sinalizou um encaminhamento de possíveis soluções contra a crise. No dia 29 de outubro, em mais um ato de solidariedade e apoio à recuperação da empresa, médicos cooperados fizeram uma passeata na praia de Copacabana para demonstrar confiança na cooperativa e sensibilizar os órgãos públicos.

E a série de negociações com ANS, Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, entidades representantes de hospitais e clínicas e Sistema Unimed resultaram em um acordo que trouxe à Unimed-Rio mais tranquilidade para dar seguimento às medidas de recuperação. A assinatura do Termo de Compromisso entre todas as partes deu à cooperativa três meses de prazo para desenvolver suas ações saneadoras com o compromisso de cumprir uma série de condições com a contrapartida da garantia de apoio de todos os envolvidos nas mais diversas esferas. O início da vigência do TC foi em 14 de dezembro, valendo, portanto, o acordo entre as partes até 14 de março, com possibilidade de renovação por mais três meses mediante cumprimento de todos os pontos estabelecidos.

Os dois itens mais representativos aconteceram logo em seguida, ainda no exercício de 2016. No dia 9 de dezembro, a Unimed-Rio republicou as demonstrações financeiras de 2014 e 2015 ajustadas, convocando os sócios para nova assembleia no dia 20. Pela primeira vez na história da cooperativa, os números foram disponibilizados com antecedência suficiente para análise e avaliação prévia pelos sócios.

A aprovação se deu em ampla maioria, em uma assembleia com 1.400 cooperados. Nas três tentativas anteriores não tinham sido validados pelos sócios. Esta assembleia foi encarada como um evento determinante para a continuidade da Unimed-Rio, uma vez que se os balanços não fossem aprovados, dificilmente a cooperativa conseguiria manter suas operações, de acordo com orientações do órgão regulador. Para a ANS, era fundamental que os cooperados não só referendassem os números, mas também demonstrassem sua confiança no futuro da empresa, aprovando também algum tipo de participação financeira no processo de recuperação da cooperativa. E foi assim que aconteceu: além do desconto de 30% da produção médica mensal para recompor o passivo tributário da empresa, os médicos validaram o desconto de mais 1% da produção, a partir de abril de 2017, como forma de contribuir para a retomada da Unimed-Rio.

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